Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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Celebração do Domingo

DOMINGO 02º DO ADVENTO - ANO B

Iniciamos a segunda semana do Advento com as palavras do profeta Isaías: “Consolai o meu povo”. Neste itinerário pessoal e comunitário, Deus revela-se como Consolador, como alento para ultrapassar todas as crises da vida. Deus não quer conceder-nos uma consolação superficial, mas deseja entrar no mais íntimo de nós, de tal maneira que o Filho de Deus se fará carne da nossa carne. Porquê? Porque nos ama, porque quer levar-nos à plenitude, porque quer cumprir a profecia de que a sua glória será contemplada por todos, através do Verbo de Deus feito homem, Jesus. Por isso, o Advento é um anúncio de consolação de amor, anunciado pelo profeta Isaías, e um tempo de conversão, proclamado pela boca de João Batista, o precursor do Messias que, agora, nos anima a construir os novos céus e uma nova terra, como afirma a segunda leitura. “Preparai no deserto o caminho do Senhor”. O deserto é um tempo de aprendizagem, de revelação no silêncio, um tempo para voltar a escutar a mensagem da Boa Nova (evangelho), dada por Deus, para, novamente, podermos preparar o caminho do Senhor, como diz a primeira leitura. O Advento é, também, um tempo de deserto. Um tempo para, novamente, escutar Jesus que “grita com voz forte”, proclamando: “Eis o vosso Deus”. Na vida, temos momentos difíceis – de deserto – mas o cristão não entra em desespero, mas mantem a esperança, que não é a resignação; por isso, não nos é permitido cair na tentação da acomodação: “abri na estepe uma estrada para o nosso Deus”. “Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas”. Talvez os montes que deveremos abater consistam em tudo aquilo que em nós faça querer sermos mais do que realmente somos: a azáfama de ser mais do que os outros, de ter mais do que os outros, de impor a nossa vontade, os nossos gostos, ou os nossos interesses e conveniências. Talvez os vales que devam ser alteados sejam os nossos medos, desânimos, pessimismos…Este é o caminho que devemos preparar para o Senhor no deserto e no terreno da nossa vida: o caminho de uma confiança humilde e generosa em Deus, que Jesus já percorreu e que, agora, acompanha-nos neste percurso. Porque “a sua salvação está perto dos que O temem” (salmo), o Advento é, também, um tempo de conversão pessoal e eclesial: “como deve ser santa a vossa vida e grande a vossa piedade, esperando e apressando a vinda do dia de Deus”, como nos diz a segunda leitura. Convida-nos a fazer o nosso caminho com humilde confiança, na certeza de que se pode recomeçar de novo, porque o Senhor “usa de paciência” para connosco. Porém, sabemos que não é fácil recomeçar de novo; por isso, Deus, como afirma Isaías, “fala ao coração de Jerusalém”, à Igreja – que somos nós, os batizados – para renovar a nossa fidelidade ao projeto salvífico de Deus, continuando a anunciar que “a salvação está perto dos que O temem” no aqui e agora da vida. Nesta segunda semana do Advento, rezemos para que nos convertamos à Boa Nova de Deus. Assim, continuaremos a anunciar que toda “a criatura verá a salvação de Deus”, porque em Seu Filho Jesus se encontrarão a misericórdia e a fidelidade, abraçar-se-ão a paz e a justiça, como rezamos no salmo. A Eucaristia é o memorial onde se torna presente o nosso futuro; por isso, façamos nossa a oração colecta deste segundo domingo do Advento: “Concedei, Deus omnipotente e misericordioso, que os cuidados deste mundo não sejam obstáculo para caminharmos generosamente ao encontro de Cristo, mas que a sabedoria do alto nos leve a participar no esplendor da sua glória”.

SUGESTÃO DE CÂNTICOS

Entrada: Maranatha, Aleluia (F. Santos) – CEC I 32; Preparai os caminhos do Senhor (M. Carneiro) – IC 97; Apresentação dos Dons: Abri de par em par (C. Silva) – OC 25; Ó Infante Suavíssimo (M. Luís) – CAC 46; Comunhão: Levanta-te, Jerusalém (F. Santos) – CEC I 17; Vinde, Senhor, Senhor, vinde visitar-nos (F. Silva) – IC 111, Final: O Senhor virá (Az. Oliveira) – CEC I 37; Maria, fonte de esperança (M. Luís) – NCT 53. 

Solenidade da Imaculada Conceição: Entrada: Toda sois formosa (C. Silva) – OC 250; Exulto de alegria (M. Luís) – CAC 524; Apresentação dos Dons: Virgem Santa, Deus te escolheu (P. Decha) – CT 537; Bendita sois, Virgem Maria (C. Silva) – OC 55; Comunhão: O trigo que Deus semeou (C. Silva) – CT 751; Ditosa Virgem (M. Luís) – CAC 522; Final: Salve, Estrela do mar (A. Cartageno) – NCT 618; Salve, Nobre Padroeira (Popular) – CT 570

LEITURA ESPIRITUAL

«Não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias» 

«Então veio Jesus da Galileia ter com João ao Jordão para ser batizado por ele. João opunha-se, dizendo: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por Ti”» (Mt 3,13-14). Na tua presença, Senhor Jesus, não posso calar-me, porque sou a voz, a voz que clama no deserto: «Preparai o caminho do Senhor». Sou eu que tenho necessidade de ser batizado por Ti e Tu vens a mim? Tu, que eras no princípio, Tu, que estavas em Deus e eras Deus (cf Jo 1,1); Tu, que és o resplendor da glória do Pai e a imagem da sua substância (cf Hb 1,3); Tu, que, quando estavas no mundo, vieste aonde já estavas; Tu, que Te fizeste carne a habitaste entre nós (cf Jo 1,14; 14,23), e tomaste a condição de servo (cf Fil 2,7); Tu, que uniste a Terra e o Céu pelo teu santo nome – és Tu que vens a mim? Tu, que és grande, ao pobre que eu sou? O Rei ao precursor, o Senhor ao servo? Conheço o abismo que separa a Terra do Criador. Sei que diferença há entre o pó da terra e Aquele que o modelou (cf Gn 2,7). Sei quão longe está de mim o teu sol de justiça, de mim que sou apenas a lâmpada da tua graça (cf Mal 3,20; Jo 5,35). E, embora Te encontres revestido pela nuvem puríssima do teu corpo, reconheço a minha condição de servo e proclamo a tua magnificência. «Não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias»; como ousaria, pois, tocar o alto imaculado da tua cabeça? Como ousaria estender a mão para Ti, que «estendeste os céus como um pavilhão» e «estendeste a terra sobre as águas» (cf Sl 103,2; 135,6)? Que oração farei sobre Ti, que até as preces daqueles que Te ignoram acolhes? (Homilia atribuída a São Gregório o Taumaturgo, c. 213-c. 270, bispo, Homilias sobre a sagrada Teofania, 4; PG 10, 1181)

Padre Jorge Seixas, autor dos textos © 2002-2023
Padre Carlos Cunha, autor do website liturgia@diocesedeviseu.pt
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