Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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30º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO B

O SALTO SUPLICANTE E CRENTE 

Neste domingo, o texto evangélico apresenta-nos o último acontecimento da viagem de Jesus para Jerusalém, encontrando-se com um cego que pedia “esmola à beira do caminho”. O profeta Jeremias anuncia um Deus que liberta e salva o seu povo, e convida o povo a louvá-Lo com brados de alegria. Em Jesus, o sumo sacerdote que se oferece para nos libertar e salvar, esta atitude de Deus será ainda mais credível e visível. “O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo”. Mas, a este povo que chama, espera o momento para, como a Bartimeu, lhe abrir os olhos, o libertar e o salvar. As leituras bíblicas deste domingo convidam-nos a rever (voltar a ver com o coração) as coisas boas que o Senhor nos concedeu e fez em nós. É um convite ao louvor e a ação de graças. Esta deve ser uma postura perseverante em nós. Todos os dias, devemos agradecer ao Senhor o dom da vida e o facto de não nos abandonar. Podemos ver, no evangelho deste domingo, duas maneiras de proceder dos discípulos. Quando o pobre cego começa a gritar por Jesus, o evangelista diz que “muitos repreendiam-no para que se calasse”. Mas, quando Jesus lhe dá atenção, dizem: “Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te”. Estas duas reações tão imediatas levam-nos a pensar que os discípulos eram um pouco inconstantes. Mas, nós também somos assim. Em casa, no trabalho, na paróquia, com os amigos…muitas vezes, reagimos em função dos medos ou interesses. Também nós nos enganamos, nos precipitamos e prejudicamos os outros, originando danos a algumas pessoas, que se sentem vítimas das nossas precipitações, sendo incapazes, depois, de se concentrarem no mais importante. Apesar disto, Deus continua a agir, acima de todas as nossas desavenças. Ao pedido ambicioso de Tiago e João, de se sentarem com Jesus na glória, como recordamos do domingo passado, segue-se o pedido insistente de Bartimeu, que pede a Jesus que tenha compaixão dele. Apesar da oposição daqueles que o mandam calar, ele insiste no seu desejo de cura. E as palavras de Jesus, além da cura física, abrem-lhe os olhos à luz de Deus, para que, abertos, possa seguir “Jesus pelo caminho”. A fé humilde e perseverante do cego permite que Jesus faça mais um sinal da salvação que veio realizar neste mundo. Assim, revela aos discípulos a forma como deseja conduzi-los: que se deixem transformar por Ele, que é o único que conduz à luz de Deus. Seguir Jesus é converter-se em seu discípulo, renunciando à glória do mundo e aceitando o sofrimento que resulta desta renúncia: carregar com a cruz e seguir Jesus (cf. Mc 8,34). Jesus é o exemplo desta renúncia: não atribuiu a si a glória de ser sumo sacerdote, mas cumpriu a vontade de seu Pai (2ª leitura). Pelos seus padecimentos e pela sua morte, conduziu a humanidade “às águas correntes, por caminho plano em que não tropecem” (1ª leitura). Em cada domingo, tenhamos a coragem de Bartimeu: “O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus”. Levantemo-nos e sigamos Jesus pelo caminho. Reconheçamos que, por vezes, o nosso olhar para os nossos irmãos e para o mundo é muito limitado. Procuremos descobrir no rosto da assembleia dominical suplicante um reflexo da luz de Deus e acolher a presença de Cristo que Se transfigura diante de nós, oferecendo-se na sua Palavra e na Eucaristia. para nos transmitir uma Palavra de Vida que nos ajude a revelar e a investir a beleza que temos no mais profundo do nosso ser.

Sugestão de Cânticos

Entrada: Vinde, exultemos de alegria, F. Santos, NCT 229; Servi o Senhor com alegria, B. Sousa, NCT 228; Vossos corações exultem (A. Oliveira) – CEC II 133; Alegre-se o coração (M. Simões) – CEC II 134; Apresentação dos Dons: Chamei por Vós, Senhor (M. Luís) – LHC 128; Tu és sacerdote para sempre (M. Luís) – CAC 358; Comunhão: A minha alma louva o Senhor, F. Santos, NCT 254; Senhor, Tu és a luz, A. Oliveira, NCT 273; Aproximai-vos do Senhor (F. Santos) – CEC II 18; Senhor, eu creio que sois Cristo (F. Silva) – CEC II 42; Final: Quando Te encontro, descanso (Popular Alentejano) – CEC II 221; Senhor, Tu és a Luz (Az. Oliveira) – CT 218. SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS: Entrada: Eu vi a cidade santa, F. Santos, NCT 311; Eu vi a nova Jerusalém, F. Santos, N.C.T. 613; Grandes coisas se dizem de ti, F. Santos, NCT 646; Ofertório: A Vós, ó Verbo eterno, M. Luís, NCT 645; Santos, amigos de Deus, F. Santos, NCT 643; Comunhão: Os santos cantavam, M. Luís, NCT 357; Lembrai-vos de nós, Senhor, M. Luís, NCT 146; Nós somos as pedras vivas, F. Santos, N.C.T. 346; Fim: A salvação, a glória, F. Santos, NCT 358; Bem-aventurados, F. Santos, NCT 731.

Leitura Espiritual

«Senhor, que eu veja» 

Em ti, ó Deus vivente, o meu coração e a minha carne estremeceram e a minha alma se alegrou em ti, minha salvação verdadeira (Sl 83,3). Quando Te verão os meus olhos, Deus dos deuses, meu Deus? Deus do meu coração, quando me alegrarás com a visão da doçura da Tua face? Quando preencherás o desejo da minha alma pela manifestação da Tua glória? Meu Deus, Tu és a minha herança, escolhida entre todos, minha força e minha glória! Quando entrarei no Teu poder para ver a Tua força e a Tua glória? Quando então, em vez do espírito de tristeza, me revestirás do manto de louvor (Is 61,10) para que, unida aos anjos, todos os meus membros Te ofereçam um sacrifício de aclamação (Sl 26,6)? Deus da minha vida, quando entrarei no tabernáculo da Tua glória, a fim de cantar em presença de todos os santos e proclamar de alma e coração que as Tuas misericórdias por mim foram magníficas (Sl 70,16)? Quando se quebrará o fio desta morte, para que a minha alma possa ver-Te sem intermediários? (Gn 19,19) Quem se saciará à vista da Tua claridade? Como poderá o olho bastar para ver e o ouvido para ouvir na admiração da glória da Tua face? (Santa Gertrudes de Helfta, 1256-1301, monja beneditina, Exercícios, n°6)

Padre Jorge Seixas, autor dos textos liturgia@diocesedeviseu.pt
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