Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica de Viseu
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18º Domingo do Tempo Comum Ano B

O VERBO-PALAVRA QUE SE FAZ PÃO-ALIMENTO


Infelizmente, todos nós já tivemos a oportunidade de ver, ao vivo ou nos meios de comunicação social, as filas de pessoas com fome. São sempre longas filas de pessoas à espera de receber uma certa quantidade de alimentos para dar de comer às suas famílias. Também sabemos que, nas cantinas sociais, o número de utentes está a aumentar. Uma grande parte das instituições que se dedicam a esta missão humanitária são instituições da Igreja e muitos dos voluntários, que nelas colaboram, estão motivados pela fé. É sempre de lamentar a situação social atual, mas não podemos deixar cair no esquecimento a contribuição social que os cristãos estão a dar na sociedade atual. Na verdade, sem a fé cristã, a nossa sociedade e o mundo estariam piores. Contudo, recordemos as palavras de Jesus: “'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,10).  
Neste domingo, no texto evangélico, Jesus coloca-se diante da multidão que vai à procura Dele e avisa as pessoas para que não O procurem, somente, porque Ele lhes deu a comer os pães e ficaram saciados. Jesus quer, também, dar-lhes “o alimento que dura até à vida eterna”. Qual é este alimento? É Ele próprio, o pão da vida.
Não basta afirmar que já sabemos e conhecemos bem esta passagem do evangelho. Não basta dizer: “eu acredito que Jesus é o pão da vida; é por isso que vou à missa e comungo”. Talvez o Senhor nos esteja a pedir que colaboremos na luta contra a fome e contra a miséria no local onde vivemos. Nunca podemos esquecer as palavras que o Filho do Homem pronunciará no fim dos tempos: “Tive fome, e deste-me de comer”. Pensemos em como praticar esta obra de misericórdia.
Neste assunto, é sempre pertinente recordar este princípio sapiencial: “não dar o peixe, mas ensinar a pescar”; “Dá ao homem um peixe e ele alimentar-se-á por um dia. Ensina um homem a pescar e ele se alimentará por toda a vida”. Certamente que a maior parte das pessoas que sofrem fome e miséria no mundo não são culpadas da situação em que se encontram; são vítimas de um sistema económico que procura os maiores lucros para os ricos, mesmo que seja necessário descartar alguns seres humanos que não têm possibilidades de contribuir e de pactuar com o sistema. Apesar das crises económicas, o mundo prospera e a humanidade dispõe de mais recursos! Mas, na realidade, vemos que não é assim para todos. Os ricos são cada vez mais ricos e os pobres não conseguem sair da pobreza e cada vez são mais. Como cristãos, a nossa missão é dar pão a quem tem fome, mas também trabalhar para que a sociedade seja cada vez mais justa e que todos tenham acesso a um trabalho digno e a uma justa remuneração. Os cristãos têm de ser uma força crítica e renovadora. Como diz o Pai-Nosso, temos de trabalhar para que se cumpra a vontade de Deus, “assim na terra, como no céu”. Certamente que a fome e a miséria não são vontade de Deus. Não se trata, aqui, de pertença a uma ideologia partidária ou sindical, mas de aplicar os princípios do Evangelho na sociedade atual.
Todavia, a nossa missão não se reduz a isto. Jesus diz à multidão: “Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará”. Quando comungamos Jesus, o Pão da Vida, convertemo-nos em testemunhas da vida nova que Ele deseja que se estenda por todo o mundo. Há tantas pessoas que, ainda, não conhecem Jesus! Algumas ouviram falar Dele, mas ainda não se encontraram com Ele. Com a nossa vida, temos de dar a Jesus a oportunidade de Se aproximar das pessoas com quem nos relacionamos. A amizade com Jesus é o melhor presente que podemos oferecer aos nossos irmãos: “Senhor, dá-nos sempre desse pão. Jesus respondeu-lhes: Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede”.

Sugestão de Cânticos

Entrada: Deus, vinde em meu auxílio, F. Silva, NCT 87; Dai a paz, Senhor, M. Faria, NCT 214; Vinde Senhor, vinde em meu auxílio (A. Cartageno) – CEC II 89; Apresentação dos Dons: Buscai o alimento (M. Luís) – NCT 393; Glória a Vós, Senhor, Pão de vida eterna (M. Luís) – CAC 341; Comunhão: O Senhor alimenta, F. Silva, NCT 267; Eu sou o pão da vida, M. Luís, NCT 261; Eu sou o pão vivo, Carlos Silva, NCT 263; Vós sois o Pão Vivo, Senhor (M. Luís) – CEC II 94; Saciastes o vosso povo (F. Silva) – CEC II 90; Final: Pelo Pão do teu amor (M. Luís) – CT 211; Bendito seja Deus (M. Simões) – NCT 282.

Leitura Espiritual

«Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome»

Diz a Escritura, falando da ternura de Deus pelo mundo, que «tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito», Jesus (Jo 3,16), para ser como nós e nos trazer a boa nova de que Deus é amor, de que Deus vos ama e me ama. Deus quer que nos amemos uns aos outros como Ele ama cada um de nós (cf Jo 13,34).
Olhando para a cruz, ficamos a saber até que ponto Jesus nos amou. Quando olhamos para a eucaristia, sabemos quanto nos ama agora. Foi por isso que Se fez «pão de vida»: para satisfazer a nossa fome do seu amor; e, como se não bastasse, tornou-Se Ele próprio o faminto, o indigente, o sem abrigo, para que vós e eu pudéssemos satisfazer a sua fome do nosso amor humano. Porque foi para isso que fomos criados, para amar e ser amados. (Santa Teresa de Calcutá, 1910-1997, fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade, «The Word To Be Spoken», cap. 6)

Padre Jorge Seixas, autor dos textos liturgia@diocesedeviseu.pt
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